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terça-feira, 22 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 56. JESUS E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS

JESUS, AMOR & FÉ *

56. JESUS E OS DISCÍPULOS DE EMAÚS

Depois de Jesus ter estado com seus discípulos na casa de Maria de Magdala, ele seguiu para a Galiléia, pois acertara com seus discípulos que os encontrariam por lá, mas faria aquela viagem sozinho.
Dois discípulos iam juntos para a Galiléia e já se aproximavam da aldeia de Emaús distante aproximadamente 12 quilômetros de Jerusalém. Enquanto iam caminhando conversavam entre si sobre os acontecimentos fantásticos que tinham ocorrido envolvendo Jesus. Então, outro viandante se aproximou chegando-se a eles, pois também viajava na mesma direção e começou a caminhar com eles. Perguntou o desconhecido sobre o que conversavam, no desejo de puxar uma conversa com seus companheiros de caminhada e assim poder ter amizade com eles:
- De que estais falando pelo caminho e por que estais tristes?
Um deles, que chamava-se Cleófas, e era cunhado de Maria, mãe de Jesus, pai de Tiago, Judas, José e Simão, primos-irmãos de Jesus, cuja esposa era Maria de Cleófas, respondeu-lhe:
- És tu por acaso o único forasteiro de Jerusalém que não sabe o que nela aconteceu estes dias? - Assim Cleófas falou porque a estrada que caminhavam saia de Jerusalém, logo o homem estranho tivera que passar por lá obrigatoriamente.
Perguntou-lhes o estranho:
- O que foi que se sucedeu, contem-me.
Cleófas respondeu-lhe:
- Não ouviste falar a respeito de Jesus de Nazaré? Era um profeta poderoso em obras e palavras, diante de Deus e de todo o povo. Os nossos sumos sacerdotes e os nossos magistrados o entregaram para que os romanos o condenassem à morte por crucificação, pois eles próprios não o poderiam fazer. E assim aconteceu. Nós esperávamos que fosse ele quem havia de restaurar Israel, e , agora, além de tudo, isso. No terceiro dia ressuscitou! Algumas mulheres entre nós foram ao sepulcro e não encontraram o cadáver, e disseram que encontraram não só anjos mas o próprio Jesus vivo! Pensávamos que ela tinham tido uma visão… Mas, alguns dos homens também foram ao sepulcro e realmente o encontraram vazio. Estamos nos indagando sobre o que aconteceu, alguns de nós dizem que Jesus esteve com eles por duas vezes, infelizmente não estávamos lá quando aconteceu, e atestaram que Jesus está realmente vivo. Nós estávamos a conversar sobre o que poderia ter acontecido realmente, talvez Jesus não estivesse realmente morto quando o tiraram da cruz, talvez tenham levado o corpo para ser cuidado por algum médico, e agora ele está reaparecendo como se nunca tivesse morrido…
Ao ouvir essas palavras, o estranho disse-lhe consternado:
- Ó gente sem inteligência! Como sois tardos de coração para crerdes tudo que os profetas anunciaram! Porventura não está escrito que era necessário que o Messias sofresse estas coisas e assim entrasse na sua glória? - E começando por Moisés, percorrendo todos os profetas explicou-lhes pacientemente o que estava escrito nas Escrituras sobre o Messias.
Com a conversa animada e tão interessante, o tempo passou e quando se deram conta já se aproximavam da aldeia para onde os discípulos iam e o estranho fez como se quisesse passar adiante. Mas Cleófas e seu companheiro de viagem forçaram o estranho a permanecer com eles, para que pudessem conversar mais e disse-lhe Cleófas:
- Fica conosco, já é tarde e já declina o dia.
E o estranho entrou com eles numa hospedaria para pernoitarem. E, aconteceu que estando os três a uma mesa fazendo a refeição, o estranho tomou o pão, o abençoou, partiu-o e o serviu a eles. Nada havia de tão admirável, pois era costume entre os judeus abençoarem a comida antes de se alimentarem dela. Contudo, enquanto comiam o naco de pão que o estranho lhes dera, esse saíra por um instante da companhia deles, e eles aproveitaram para comentar em sua ausência:
- Não se abrasou o seu coração Cleófas, enquanto ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?
- Sim, meu amigo, meu coração parecia que ia saltar do peito de emoção…
Os dois homens ficaram a esperar em vão, pois o estranho não retornou e simplesmente tinha desaparecido. A princípio pensaram que o homem tinha ido embora sem se despedir, depois, como se suas consciência tivessem sido tomadas de uma inesperada sabedoria, que nem imaginava possuir, se deram conta que o desconhecido não era outro senão o próprio Jesus, mas com outra aparência diferente da que tivera quando vivo. Mais tarde contariam aos discípulos todo o episódio e contariam para eles como o tinham reconhecido ao partir o pão.
Esta passagem mereceu apenas um pequeno comentário de Marcos (16:12) e recebeu a narrativa mais completa em Lucas (24: 13-35), sua importância reside no importante aspecto que revela a capacidade de Jesus tomar um outro aspecto, outra aparência diferente daquela que se fez conhecer durante a sua passagem na Terra Santa. E confirma a sua capacidade de ocultar-se, desaparecendo (Jo 8:59 e Jo12:36 ) ou aparecendo do nada (Mt. 14-26) como lhe for conveniente, Aventa-se que em razão dessa sua capacidade, crendo que em verdade Jesus pudesse modificar a sua aparência de alguma forma, que Judas Iscariotes teve que identificá-lo com um beijo no rosto, para que aqueles que o fossem prender tivessem a certeza de que era o próprio Jesus, temendo que ele mudasse sua aparência e desaparecesse.
Ora, convenhamos que nos dias de hoje os anais da espionagem celebram a “metamorfose”, formas de mutação e mimetismo de camuflagem que tal comportamento não nos devia causar nenhum espanto, muito menos nos causar qualquer perplexidade. Portanto, se Jesus tinha tal capacidade antes da ressurreição, ela não foi perdida por conta de sua morte, pois, afinal, sendo ele um ser que antes revestia de carne sua condição espiritual divina, depois de ressuscitado passou a revestir de condição espiritual divina a carne. E esta foi a mudança de condição, antes ele tinha uma aparência humana igual a qualquer humano e passou a ter uma aparência divina, distinta de todos os humanos, Jesus se tornou um SUPER-HUMANO, a prova viva do que seria o HOMEM PERFEITO, podendo revelar ou ocultar sua condição divina a quem lhe aprouver. A semelhança de qualquer super-herói que possamos imaginar, ou mesmo alguém como um super agente secreto, tal como o personagem de James Bond, o 007, assim também Jesus pode ser concebido em sua pessoa após a ressurreição. 
Ora, pensemos, se no nosso tempo sabemos de tantos entre nós que mesmo sendo um simples ser humano mortal pode ser tão fantástico, por que Jesus não o seria, sendo ele quem é? Na verdade, a única coisa que explica o não aceite da condição divina de Jesus é o pavor que deve tomar muitas pessoas, de que sendo verdade, elas venham por ventura um dia se encontrar com Jesus e o que possa vir a resultar para a vida delas desse encontro. Certamente, que nenhum mal, mas em razão de muita incompreensão e até mesmo por causa de questões políticas, sociais, religiosas e culturais - por mais absurdo que seja dizer isso -, a maioria das pessoas não negaria que preferiria encontrar-se com o próprio Satanás, pois ele não faria ninguém sentir tão mal em razão dos próprios pecados, do que ter um encontro com Jesus, cuja gloriosa perfeição lembraria a cada um sua miserável insignificância, sua vileza e sua falta de inteligência por ter preferido as trevas do que a luz.
Quase todas as pessoas que encontraram com Jesus em algum momento de suas vidas atestaram a mesma reação dos discípulos de Emaús, de só se darem conta que estavam falando com Jesus depois que ele partiu, ou que já se distanciava ou ainda que desaparecera. É uma sensação assustadora tanto quanto perturbadora, em razão do êxtase decorrente do encontro. Demora-se a realmente se acreditar que tenha ocorrido, por mais provas que se possa ter do estado físico e corporal que Jesus tenha tomado em sua aparência.
Ora, depois que Jesus ressuscitou ele inaugurou uma nova situação na relação entre o Reino do céu e a terra, uma relação que ele tinha anunciado ao discípulo Nicodemus quando disse: "Em verdade, em verdade vos digo, vereis o céu aberto e os anjos de Deus subir e descer sobre o Filho do Homem. "(Jo 1:51) em referência ao sonho que Jacó tivera em que vira "uma escada que apoiando-se na terra tocava com o cimo o céu, e anjos de Deus subiam e desciam pela escada e no alto estava o Senhor." (Gên. 28:12) Ou seja, Jesus com a sua ressurreição abriu a passagem entre o céu e a terra, de maneira que passou a ser permitido aos seres celestiais se manifestarem na forma humana, o que antes não ocorria. Assim, anjos passaram a vir à terra para ajudar os humanos em sua evolução em direção ao estado de perfeição que Deus planeja para eles. Em razão disso também, muitos seguidores de Jesus que o encontraram depois de ressuscitado através dos tempos atestam que Jesus está realmente entre nós e que permanecerá conosco até o final dos tempos e não vivem a esperar a sua "volta", pois Jesus nunca teria partido e sempre esteve conduzindo o rebanho de Deus.
Talvez haja uma razão só digna de Deus saber para todos os que conheceram Jesus ressuscitado, o Salvador, guardarem silêncio sobre o encontro. Os próprios discípulos pouco falaram sobre o assunto e os evangelhos oferecem narrativas incompletas e insatisfatórias sobre seus encontros com Jesus no seu novo estado. Mesmo, nos tempo atuais, quem foi abençoado com um encontro com Jesus, guarda a experiência em segredo, pois ninguém acha uma pessoa louca por ter se encontrado com um alienígena de outro planeta ou mesmo ter sido abduzido por seres extra-terrestres, pode dizer que fala com fantasmas de mortos, pode até contar que encontrou com Satanás em pessoa, mas, se uma pessoa falar que teve um encontro face a face com Jesus, bom isto sim pode ser muito perigoso e rotular essa pessoa definitivamente como uma forte candidata a esquizofrenia e ao manicômio. Mas, não será mais assim por muito tempo, pois haverá um momento que mais e mais pessoas começarão a fazer relatos de seus encontros com Jesus, pois será assim: uma experiência pessoal e intima para cada um que tiver fé e chamar pelo nome do Salvador, pois Ele sempre atende o chamado é só esperar, pois Jesus é o nosso Bom Pastor e não há de perder nenhuma de suas ovelhas.
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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