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quinta-feira, 10 de março de 2016

JESUS, AMOR & FÉ - 51. O SEPULTAMENTO DE JESUS


JESUS, AMOR & FÉ *

51. O SEPULTAMENTO DE JESUS

Judas Iscariotes ao ver que Jesus fora condenado a morrer crucificado, acompanhou a multidão até o monte da Caveira e ao vê-lo supliciado caiu sobre ele um remorso imenso pela sua atitude, pois com aquela visão subitamente adquirira a consciência de ter feito um verdadeiro pecado imperdoável contra o Filho de Deus. Pensava Judas Iscariotes que sendo preso Jesus viria a se manifestar com todo o poder vindo de Deus e fizesse fogo cair dos céus sobre os romanos e libertasse o povo judeu. Como a maior parte dos judeus Judas Iscariotes compreendia os tempos messiânicos como um tempo em que o reino de Israel seria restaurado ao poder como na época do rei Davi,como há mil anos, mais ainda do que isso, com todo o poder e glória das riquezas dos tempos de Salomão. Os judeus de modo geral pensavam em riquezas terrenas e não nas riquezas celestiais. Mas, o que estava escrito nas Escrituras não era isso, mas outra coisa bem diferente:
“Naquele tempo os surdos ouvirão as palavras de um livro e livres da obscuridade e das trevas , os olhos dos cegos virão. Os humildes encontrarão cada vez mais ventura no Senhor e os homens mais pobres, graças ao Santo de Israel *(o Messias), estarão jubilosos. Pois não haverá mais tiranos na terra, já terá desaparecido o cético e todos que planejavam o mal serão exterminados, os que com uma palavra acudam os outros, os que, à porta procuram enganar o juiz, e por nada fazem o inocente perder a sua causa. Por isso, eis que disse o Senhor, o Deus da casa de Jacó, que resgatou Abraão:
‘Daqui em diante Jacó não será mais confundido e seu rosto não mais empalidecerá, porque quando virem nele *(no Messias) a minha obra bendirão o meu nome.’
Glorificarão o Santo de Judá *(o Messias) e temerão o Deus de Israel. Os espíritos desencaminhados aprenderão a sabedoria e os que murmuravam receberão instrução.“ (Is. 29:18-24)
Porem, era tarde demais para o perdão para a alma perdida de Judas Iscariotes. Mesmo assim o pobre infeliz tentava desfazer o malfeito e correu à casa do sumo-sacerdote Caifás e o encontrando disse-lhe:
- Pequei, entregando o sangue de um justo.
Respondeu-lhe Caifás e aqueles que ali estavam com ele a espera de poderem comer o cordeiro pascal ao por do sol:
- Que nos importa! Isto é lá contigo!
Então, Judas Iscariotes em desespero jogou aos pés de Caifás as 30 moedas de prata que recebera para trair Jesus e saiu correndo dali.
Os sacerdotes tomaram o dinheiro e disseram:
- Não é permitido lançá-lo no tesouro sagrado, porque se trata de preço de sangue e é impuro. Nós teremos que encontrar outro destino para isso. (Mt. 27:1-6)
Nunca mais se ouviu falar de Judas Iscariotes, mas se murmurou que seu corpo fora encontrado enforcado com o próprio cordão que cingia suas roupas num galho de árvore a beira do precipício, talvez porque tivesse a esperança de que estando morto antes de que Jesus morresse, pudesse receber o perdão prometido aos judeus mortos, pois assim estava escrito:
“ Senhor na tribulação nós vos buscamos e clamamos à vos na angústia em que vosso castigo nos abate. Como uma mulher grávida prestes a dar a luz retorce e grita em suas dores, assim estamos diante de vós Senhor; Nós concebemos e sofremos para dar a luz sem poder dar a salvação à nossa terra; não nasceram novos habitantes no mundo. Que os vossos mortos revivam! Que seus cadáveres ressuscitem! Que despertem e cantem aqueles que jazem sepultados, porque o vosso orvalho e um orvalho de luz e a terra restituirá o dia às sombras.” (Is. 26: 16-19)
Nesta fugaz esperança teria tirado a própria vida o miserável infeliz traidor, esquecendo-se que também estava escrito:
“Vai povo meu, entra nos teus quartos, fecha atrás de ti as portas. Esconde-te por alguns instantes até que a cólera passe. Porque o Senhor vai sair da sua morada para punir os crimes dos habitantes da terra. Porque a terra fará brotar o sangue inocente que ela bebeu e não ocultará mais com terra para impedir de bradar vingança aos corpos dos assassinos. (26:20-21) Naquele dia o Senhor ferirá com sua espada pesada, grande e forte, Leviatã *(Satanás), o dragão fugaz, Leviatã o dragão tortuoso e matará esse monstro que se assenta sobre o mar das Nações. (Is. 27: 1 paralelo ao Apocalipse 12:13-18)
O Santo Espírito de Jesus tinha sido arrebatado por Deus à sexta hora *(ao meio-dia) e o corpo jazia já sem vida desde então e a carne que revestira seu Santo Espírito permanecia inerte e imóvel na cruz. Os sacerdotes judeus ao terem visto o remorso de Judas Iscariotes temeram que a morte de Jesus pudesse resultar numa comoção popular que se voltasse contra eles. Assim, acorreram até Pilatos e rogaram que quebrassem as pernas dos judeus crucificados para que não houvesse motivo de violação do santo ritual da Páscoa e que retirassem os corpos supliciados dos condenados das cruzes antes do por do sol, quando teria início a festa pascal. De modo que os guardas romanos que estavam a guardar os condenados receberam a ordem de Pilatos de quebrar-lhes as pernas para apressar suas mortes e não serem mais supliciados. Assim, os guardas fizeram, quebrando as pernas do primeiro e as do segundo que estavam crucificados com Jesus. Porém, quando chegaram a Jesus, como se o vissem já morto, muito se admiraram por ter morrido tão rapidamente, e tinham motivo para isso, pois a agonia mortal do corpo de Jesus não perdurara nem mesmo uma hora! Cheio de admiração o soldado chamado Longino *(Longuinho) abriu-lhe o lado com a lança e imediatamente saiu sangue e água, prova que sua morte já tinha se dado a algum tempo, pois o corpo de Jesus permaneceu inerte na mesma posição e o sangue não jorrou como quando se tem um coração pulsante e vivo. E o legionário Longino daria depois seu testemunho a Pilátos, quando chamado a dar sua palavra sobre a morte de Jesus.
Quando as mulheres que estavam ao pé da cruz se deram conta que Jesus já tinha morrido, viram por bem logo providenciar o seu sepultamento por ser véspera da Páscoa. Então Maria de Magdala *(Madalena) mandou a sua serva fiel Sara Kali *(assim alcunhada por ter pele bronzeada) que sempre a acompanhava correr até a casa de José de Arimatéia que também era grande amigo de Maria  de Magdala e contar a ele que Jesus tinha morrido e que precisavam sepultá-lo e pediu que ele fizesse os arranjos necessários. José de Arimatéia que até então tinha se mantido como discípulo oculto de Jesus, e que cedera a própria casa para a ceia secreta de Jesus e seus discípulos, não mais guardou segredo de que era um seguidor de Jesus e correu até Pilatos, e sendo um dos homens mais importantes de Jerusalém e com quem Pilatos se encontrava bastante, foi logo recebido pelo governante romano. José de Arimatéia rogou a Pilatos para que pudesse tirar imediatamente o corpo de Jesus da cruz, e logicamente Pilatos também admirou-se que Jesus tivesse morrido tão rápido e, logicamente, o permitiu, porquanto sua própria mulher Claudia *(Ploca) estava desesperada com a notícia que recebera pouco antes do centurião da morte do homem que considerava um santo milagroso, porquanto ao cumprirem a ordem de quebrarem os joelhos dos condenado pedida pelos sacerdotes judeus, os guardas tinham encontrado Jesus já morto e a morte fora confirmada pelo soldado Longino que lhe enfiara a ponta da lança do lado. Nem mesmo o sacerdote Nicodemus se importou de apresentar-se como afeiçoado a Jesus e junto com José de Arimatéia seguiu para o outeiro levando alguns serviçais para ajudá-los a carregar o corpo de Jesus, porquanto lá com ele só tinham mulheres e não teriam forças para transportar o cadáver. Nicodemus com bom sacerdote levava cem libras da melhor mistura de mirra e aloés, assim como os panos do sudário para envolver o corpo.
Quando chegaram ao outeiro com a ajuda dos guardas romanos baixaram a cruz, e removeram a infame coroa de espinhos da cabeça de Jesus, e os cravos com os quais tinha sido pregado, e dos ferimentos já não vertia mais sangue, pois Jesus estava morto já a cinco horas e já era a undécima hora *(cinco horas da tarde). Os homens colocaram o corpo de Jesus sobre um pano e o carregaram como se fosse uma padiola e o levaram para o sepulcro novo que José de Arimatéia tinha mandado talhar para si mesmo na rocha, que ficava num jardim nas proximidades. Entraram todos ali e depositaram o corpo de Jesus sobre uma pedra lavrada, limparam o corpo e o untaram com a mistura de mirra e aloés para que ficasse purificado, depois o envolveram com um sudário de puro linho. Seguindo a risca todos os costumes para o sepultamento de um rabi. E depois disso, mandaram rolar a pedra sobre o túmulo para o fechar.
E o sol se punha no horizonte, anunciando que aquele longo décimo terceiro dia do mês de Nizan do ano de 3789 chegava finalmente ao seu fim naquele sexto dia da semana, e dia da Preparação Pascal, e no anunciar do dia 14 Nizan, o dia do festejo da Páscoa, o Cordeiro de Deus tinha sido devidamente morto e oferecido em sacrifício como expiação e remissão dos pecados daquela geração da Humanidade. E todos naquela noite em Jerusalém comeram da carne do cordeiro pascal como o faziam desde que tinham saído do Egito e Deus lhes tinha dado o ritual como uma instituição perpétua, para purificação de todo o seu povo escolhido.
E assim as palavras do profeta se cumpriu mais uma vez, tal como o desejo de Deus se manifestara a ele séculos antes:
“Neste monte Ele tirará o véu que vela todos os povos, a cortina que recobre todas as nações e fará desaparecer a morte para sempre. O Senhor Deus enxugará as lágrimas de todas as faces e tirará de toda a terra o opróbrio que pesa sobre o povo porque o Senhor o disse. Naquele dia dirão: Eis nosso Deus do qual esperamos nossa libertação. Congratulemo-nos por seu socorro, porque o braço *(ou mão) do Senhor repousa neste monte.” (Is. 25:7-10)
E disse também:
“Vosso pacto com a Morte será quebrado, vosso entendimento com a morado dos mortos não subsistirá; (…) Porque o Senhor se levantará como no monte Perasim *(Baal-perasim: lugar onde David lutou contra o gigante dos filisteus), e fremirá como no vale de Gabaon *(Josué confiante na vitória rezou a Deus para que sol parasse em cima da cidade de Gabaon, durante a conquista da terra Prometida), para concluir sua obra singular, para executar o seu trabalho, seu trabalho inaudito. Assim, pois cessai de zombar para que os vossos grilhões não se apertem. Porque eu ouvi uma sentença de ruína por ordem do Senhor dos exércitos contra toda a terra.”
(Is.28:18-22)
  • Da coletânea de crônicas diárias publicadas no meu  perfil do Facebook  de dezembro/2014 a abril/2015.

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