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terça-feira, 30 de julho de 2013

O PAPEL DA MULHER NA IGREJA CATÓLICA DO SÉC. XXI


O PAPEL DA MULHER NA IGREJA CATÓLICA DO SÉC. XXI

Bia Botana

Ao ouvir o papa Francisco em sua entrevista ao jornalista da Globo,  Gerson Camarotti, confirmando a decisão impiedosa do papa João Paulo II  de fechar as portas de maneira definitiva ao sacerdócio feminino, eu senti o peso misógino milenar da Igreja Católica Apóstólica Romana da pesada cruz que a moral judáica-cristã coloca sobre as mulheres desde que Satã seduziu maldosamente Eva, a mãe de todas as mulheres, com a fim de que o Homem caísse em desfavor aos olhos de Deus, seu Pai e Criador. Novamente, em pleno século XXI, Satanás consegue o seu intuíto de humilhar a mulher, apesar dos fatos históricos que corraboram que é exatamente essa “mulher”, tão desprezada pelos Senhores da Igreja Católica que é a responsável pelo sustentação dessa mesma Igreja por séculos e séculos.

Disse o papa Francisco que Jesus não tinha mulheres como discípulas, faltando nisso com a verdade. O que eram então sua mãe Maria, Maria de Cleófas, Maria Madalena, Marta e Suzana, para citar só algumas das mulheres constantemente instruídas por Jesus e responsáveis por seu bem-estar até após a sua morte? Se não estavam na ceia da Páscoa judáica é porque esse era o costume dos judeus daquela época, famosos pelas humilhações que submetiam as suas mulheres, as quais eram consideradas sem alma, assim como as crianças, situações essas fortemente combatidas por Jesus em todos os seus ensinamentos. Ora, a importância das mulheres na vida de Jesus é tão grande que são elas que o acompanham em seu momento de total sofrimento e dor, são elas que estão ao seu lado no seu martírio e em sua morte. Serão elas que envolverão seu corpo com a mortalha, e talvez em razão desse amor tão profundo e incontestavel à ele, que Jesus, em sua imensa misericórdia, escolheu justo uma mulher, Maria Madalena, para se manifestar em sua ressurreição, incumbindo-a de dar a boa nova aos discípulos, os quais não acreditaram no testemunho de uma mulher.

Como pode, então, um papa em pleno século XXI, dizer que não sabe estabelecer o papel da mulher na Igreja Católica? Diga-me, nunca leu a Segunda Epístola de São João? Se não leu eu faço questão de transcrevê-la:

O ancião à Senhora eleita e a seus filhos, que amo na verdade. Não somente eu, mas também todos os que conheceram a verdade., por causa da verdade que permanece em nós e que ficará conosco eternamente. Estejam convocco, na verdade e no amor: graça , misericórdia e paz da parte de Deus Pai e de Jesus Cristo, Filho do Pai.
Muito me alegrei por ter achado entre teus filhos alguns que andm na verdade, conforme o mandamento que temos recebido do Pai. E agora rogo-te, Senhora, não como quem te escreve um novo mandamento, mas sim o que tivemos desde o princípio: que nos amemos uns aos outros. Nisto consiste o amor: que vivamos segundo seus mandamentos. É este o mandamento que tendes ouvido desde o princípio e segundo o qual deveis viver.
Muitos sedutores têm saído pelo mundo afora, os quais não proclamam Jesus Cristo que se encarnou. Quem assim proclama é o sedutor e o Anticristo. Acautelai-vos, para que não percais o fruto de nosso trabalho, mas antes possais receber plena recompensa. Todo aquele que caminha sem rumo e não permanece na doutrina de Cristo, não tem Deus. Quem permanece na doutrina esse possui o Pai e o Filho. Se alguém vier a vós sem trazer essa doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Porque quem o saúda toma parte em suas obras más.
Apesar de ter mais coisas que vos escrever, não quis fazer com papel e tinta, mas espero estar entre vós e conversar de viva voz, para que a vossa alegria seja perfeita.
Saudam-te os filhos da tua irmã, a escolhida.”

Nessa curta epístola o evangelista São João deixa inteiramente claro o papel da mulher nos primórdios da cristandade, um papel de honra e respeito bem distante daquele defendido pelo disidente fariseu Saulo de Tarso, conhecido como São Paulo e responsável pela formatação legal religiosa da Igreja Cristã em seu período de formação.

Por mais de vinte séculos será essa epístola de São João que sustentará a firmeza da fé feminina em Jesus colocando-a ao serviço da Igreja Católica, que como uma instituição humana de soberania masculina esteve sujeita a todos desmandos e desvios morais, a ponto de poder-se pensar que em dados momentos tornara-se essa mais um reduto do próprio Satanás do que uma instituição destinada a promover os ensinamentos de Jesus. Nesses momento tenebrosos, a Igreja Católica recorreu ao socorro do culto mariano, buscando na mãe de Jesus a “proteção” para seus males, trazendo para si com esse culto milhares e milhares de mulheres crentes e fiéis com seus filhos dispostas a serem o sustento da fé católica.

A pergunta que o papa Francisco deve se fazer é se a mulher contemporânea, extremamente esclarecida,  inclusive em questões teológicas do cristianismo, até muito mais que muitos homens e dos próprios cléricos, elas estariam dispostas a continuarem a ser humilhadas como as gerações femininas passadas. Sinto informar papa Francisco é que a resposta é NÃO !!!!

Não é mais possível mais aceitar essa discriminação contra a mulher em seu relevante papel na Igreja enquanto o senhor mesmo parece defender uma moral sexual desviada dos preceitos dados por Jesus, cuja prática abusiva, tem afetado principalmente as crianças, nossos filhos.  Como escreveu São João, quem desvia da doutrina que nos foi dada por Jesus não deve ser recebido, para que não se tome parte em suas obras más. Ainda segundo as palavras de São João é dever da mulher guardar os ensinamentos de Jesus e assegurar que aqueles que os seguem também vivam segundo eles, assim como devem as mulheres terem a necessária cautela com os “sedutores” que queiram afastar os cristãos da doutrina de Jesus, afinal ninguém melhor que a mulher conhece a Satanás, seu constante perseguidor.

Portanto, papa Francisco, não venha nos seduzir com belas palavras e atitudes bem estudadas, para nos apunhalar em seguida na esperança dos nossos corações, revelando os traços amaldiçoados do perseguidor que tanto combatemos em nome do nosso Senhor Jesus. Dessa vez não !!! Nós mulheres estamos muito atentas, papa Francisco, e sabemos que a Igreja nos fez perder já muito do fruto do nosso trabalho e prejudicou por demais o avanço dos designos de Deus, Nosso Pai.

Fica aqui um conselho, dessa mulher que já viu passarem cinco papas no trono de Pedro – sendo sua santidade o sexto; não diga jamais que algo não pode ser mudado, que é uma decisão definitiva, que é “uma porta fechada e ninguém poderá abrir” isso é coisa humana, isso é coisa de “fariseu”, pois para Deus o impossível é possível.

Deus muda o que acha justo ser mudado, e se Deus e Jesus estão colocando nos corações das mulheres que se rebelem contra a Igreja Católica Apostólica Romana, e devorem a sua carne, é porque basta de humilhações e tanta injustiça, essa revolta é tão justa quanto aquela que nestes dias sua santidade conclamou nossos filhos, chamando-os a fazerem uma “revolução” e a irem às ruas e protestarem contra o atual sistema econômico-social mundial.

Não desafie a Deus, Nosso Pai, nem a Jesus, papa Francisco, pois Eles podem não estar mais do lado da Igreja, mas sim da mulher desprezada, aquela prometida, a verdadeira e única “esposa” do Cordeiro, a qual a Igreja arroga-se indevidamente em ser e tem demonstrado por séculos e séculos que não o é, pois foi e é tão adúltera ou até mais que todas as mulheres que condenou e atirou pedras em toda a sua história.
Espero não morrer enquanto não ver com meus próprios olhos um papa pedir perdão em praça pública em alto e bom som por todos os males que a Igreja Católica Apostólica Romana fez cair sobre as mulheres do passado e do presente. E que eu possa também ver essa porta impiedosa – dita “fechada definitivamente” – vir a ser escancarada, para que todos sem discriminações possam passar por ela, pois Jesus veio para salvar os “pecadores” do pecado – e quem estando no mundo não pecou que atire a primeira pedra, lembrando-se que nem o próprio Jesus pegou numa pedra para atirá-la!!!!

sexta-feira, 26 de julho de 2013

A NOVA LIDERANÇA CRISTÃ DO CAPITALISMO NO SEC. XXI


O NOVO LÍDER MUNDIAL

A NOVA LIDERANÇA CRISTÃ DO CAPITALISMO DO SEC. XXI

Bia Botana


Nesses dias foi possível observar aqui no Brasil o mega-evento religioso da Igreja Católica Apostólica Romana, a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) relizada na cidade do Rio de Janeiro, no qual o surge a forte liderança carismática do novo papa Francisco, que tem levado multidões aos delírio tal como se fosse um ‘pop-star’ mundial de primeira grandeza.

Longe de ser apenas o líder espiritual da maior religião do mundo, o papa Francisco emerge no cenário político mundial como uma força indiscutível do pensamento econômico-social cristão contemporâneo. Queira-se ou não, não é possível separar o capitalismo da mentalidade cristã, porquanto foi justo em razão dessa mentalidade capitalista cristã nascida no século XI que o progresso e o desenvolvimento econômico da sociedade cristã européia teve seu início, conduzindo a uma revolução crescente tanto no campo das idéias como das práticas comerciais e econômicas, sempre crescente apesar dos embates sofridos no decorrer dos séculos, como a reforma (uma revolução religiosa no seio do cristianismo), a revolução burguesa, a revolução industrial, a revolução comunista e a atual revolução tecnológica.  Apesar dos crescentes desafios o cristianismo se manteve firme liderando e  socorrendo o progresso capitalista em seus momentos mais críticos.

Nas últimas décadas o processo capitalista foi fortemente conduzido por lideranças cristãs protestantes, judáicas e atéias, todas reunidas num combate de oposição  à liderança da célula-mater do cristianismo, a Igreja Católica Apostólica Romana. O Vaticano para sobreviver foi obrigado a ceder a um forte lobby das idéias vigentes após a Segunda Grande Guerra Mundial. Com os acontecimentos desastrosos desse início do século XXI, a partir do ataque terrorista à Nova Iorque (11/09/2001) o antigo mundo capitalista emergido da Guerra Fria passou a sofrer crescentes derrocadas,  que resultaram em 2008 na maior crise econômica do capitalismo no mundo desde o século XI, a qual persiste até os dias de hoje.

É nesse cenário de uma economia mundial a beira da ruína a ameaçar com o caos a sociedade humana, que a Igreja Católica se eleva com a liderança surpreendente e inovadora em todos os sentidos do papa Francisco, que em seus discursos vem conclamando a todos à renovação de valores éticos e morais pela prática do “bom senso” no exercício diário, na sua vivência em todos os campos de atuação da vida: social, político, econômico e financeiro. Há que se recordar, que no passado foi exatamente essa ética moral da mentalidade cristã devotada ao princípio da honra e honetidade e à dignificação do trabalho que permitiu tanto o fortalecimento do pensamento capitalista como seu progresso, e, observa-se, que, justo pelo abandono desses princípios instalou-se o presente processo de decadência capitalista.

O que vemos é a mesma filosofia jesuíta que promoveu as Grandes Navegações no século XVI, agora agregada de um pensamento mais humanista e contemporâneo usada para exaltar a clareza do novo rumo que deve ser tomado por grande parte da humanidade, aquela responsável pela existência da atual civilização cristã que inegavelmente exerce seu domínio sobre o mundo. Portanto, é necessário que a cúpula da liderança mundial atente para o novo fato: não apenas temos um novo papa como também a sociedade capitalista tem um novo líder mundial de peso, capaz de nos conduzir às reformas necessárias nos cenários político-econômico e social para a construção de uma sociedade mais justa para todos. Pois, certo é, que o mundo que nós conhecíamos até 2008 já não existe mais e os valores e princípios vigentes até então não são hoje mais aceitáveis. Nós somos como os grandes navegadores do passado, nós também estamos rumando para o desconhecido, e precisamos sem dúvida que alguém nos mostre como caminhar para a luz a fim de sermos capazes de realizar nossas vidas com a felicidade que Deus nos deseja. Para isso, ao que parece, Deus nos enviou o papa Francisco para falar em nome do próprio Jesus. Botemos então FÉ nele para chegar lá !!!!